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É ASSIM QUE ACABA 

É Assim Que Acaba, longa do diretor Justin Baldoni, é uma adaptação cinematográfica do livro de mesmo nome da autora Collen Hoover. Na trama, Lily Bloom (Blake Lively) é uma mulher que, após vivenciar eventos traumáticos na infância, decide começar uma vida nova em Boston e tentar abrir o próprio negócio. Como consequência dessa mudança de vida, Lily acredita que encontrou o amor verdadeiro em Ryle (Justin Baldoni), um charmoso neurocirurgião. No entanto, à medida que o relacionamento se torna cada vez mais sério, também surgem lembranças de como era o relacionamento de seus pais. Até que, repentinamente, Atlas Corrigan (Brandon Sklenar), seu primeiro amor e uma ligação com o passado - uma alma gêmea, talvez? - retorna para a vida de Lily. As coisas se complicam ainda mais, quando um incidente doloroso desencadeia um trauma do passado, ameaçando tudo o que Lily construiu com Ryle. Agora, com seu primeiro amor de volta em sua vida, ela precisará decidir se tem o que é preciso para levar o casamento adiante.

NOTA: 8/10

ATENÇÃO ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS

É Assim Que Acaba contém gatilhos para violência e violência doméstica.

Começo a crítica desse filme falando sobre uma questão, antes de entramos em outras relativas ao filme em si.

Há temáticas e questões que não são abordas na mídia mainstream há muito tempo, ou que nunca chegaram a tela. Nos últimos anos, nos estamos vivendo em meio á um redemoinho sobre temáticas de filmes e séries, sobre o papel dessa arte na sociedade e como a gente pode pensar o futuro desse mercado tão extenso e complicado.

Eu vejo o cinema como uma arte, sendo assim, como toda arte, é parte da manifestação humana. Eu vejo muita importância em falar sobre questões sociais em filmes, pois me atingem profundamente no meu dia a dia, além de que eu olho para isso como uma maneira de acrescentar para luta por mundo que eu acredito. Porém, não funciona assim para todos, e tá tudo bem, pois o cinema também é para entretenimento, e para quem trabalha dentro desse mercado, a forma de ganhar dinheiro.

Enfim, se eu continuar falando aqui, vou ir para outro lugar.

O ponto é: esse filme fala sobre violência doméstica. Como eu, mulher, já infelizmente tive muito contato com a violência, e perdi familiares para a violência doméstica e feminicídio. Eu sei que o filme toca muito superficialmente em diversas questões, porém sei também, como assistir um filme quase “101” pode fazer a diferença para muita gente.

Portanto, reconheço aqui a superficialidade do filme em vários pontos, mas acredito na importância dele. Ter um filme que retrata isso em salas de cinema, enquanto nós temos uma altíssima taxa de feminicídio no mundo, vem muito bem-vindo para mim.

Ok, agora vamos ao filme em si.

Eu vi esse filme sem saber NADA do plot. Nem o trailer eu tinha visto, portanto cheguei achando que era uma comédia romântica. Tenho que dizer, que no começo já estava me decepcionando, pois sou bem exigente, tendo em vista que cresci com obras primas como Um Lugar Chamado Nothing Hill e Bridget Jones.

Para mim faltava um pouco de química, o ritmo estava lento, mas o filme começou a ganhar corpo. É muito aos poucos que eu percebi o que realmente estava acontecendo.

Eu achei uma estratégia muito inteligente, pois é um espelho da vida real. Para uma mulher sofrer violência dentro de casa não há necessidade de haver nada extraordinário acontecendo. O casamento da personagem principal Lily, ser cheio de carinho e ter elementos muito bons, só levam a gente a entender como infelizmente, tem várias situações que podemos prever a violência, mas em grande parte não.

Gostei da performance da Blake Lively, apesar de muitas vezes ainda sentir algo que sentia em Gossip Girl, que é a pose para a câmera. Já o ator que interpreta o Ryle, é extremamente charmoso, porém há um salto muito grande na sua performance quando percebemos sua violência, eu teria ido um pouco mais para uma sutileza, para não ir para o lado “maniaco e louco”

Tenho alguma ressalvas com a caracterização dos personagens, como a Lily, que claramente é uma mulher escrita um pouco mais “estranha”, mas a atriz e as roupas deixam ela quase como um cosplay de hipster. Mas no geral, gostei do elenco, ambientação, e também falo sobre alguns problemas com o som (os personagens mais novos sendo dublados pelos atores mais velhos) que tiram o foco da performance, mas no geral, é um filme bom.

Eu não tenho como comparar com o livro, mas coloco minha opinião de que adaptações são adaptações, e se sujeitar a fazer um filme baseado em algo é extremamente difícil, pois os fãns já vem prontos. Porém vamos lembrar que o filme é pego por uma equipe e um diretor, e a visão deles acima dessa obra, é provavelmente não iremos gostar de muita coisa.

É Assim Que Acaba estreia nos cinemas dia 08 de Agosto.

 

Marina Barancelli dos Santos

Agosto, 2023

ELENCO

Blake Lively, Justin Baldoni

ROTEIRO

Christy Hall

DIREÇÃO

Justin Baldoni

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