WICKED
Wicked, a história não contada das bruxas de Oz, é estrelado por Cynthia Erivo (Harriet - O Caminho para a Liberdade, “A Cor Púrpura”, da Broadway) como Elphaba, uma jovem incompreendida por causa de sua pele verde incomum, que ainda não descobriu seu verdadeiro poder; e a vencedora do Grammy, artista recordista de álbuns de platina e superestrela global Ariana Grande como Glinda, uma jovem popular, ambiciosa que só quer saber de privilégios e ainda não conhece a sua verdadeira alma.
NOTA: 10/10
Já começo esse texto falando que como atriz de musical e fã da história, nada poderia me preparar para o impacto que esse filme teve em mim. Primeiramente, como cineasta, fiquei muito feliz, pois ele fez o que toda adaptação cinematográfica de obras populares deveria fazer: deu uma nova perspectiva para Wicked, honrando o original e, ao mesmo tempo, se reinventando.
O diretor, Jon M. Chu (Podres de Ricos, In The Height), definitivamente teve o grande momento de sua carreira. A direção é impecável, com sequências tão absurdas que nem consigo imaginar a complexidade da direção. É evidente que ele estava imerso nesse projeto, e o resultado mostra.
A arte e o figurino são lindas! Oz tem aquele toque familiar que remete à Broadway, mas também é única, dando à obra uma novidade.
Agora, em segundo lugar, e a minha maior felicidada em assitir esse filme: as performances são simplesmente incríveis.
É evidente o carinho e a dedicação na escolha do elenco. Tenho uma única ressalva, e com muita dor: Michelle Yeoh, nossa vencedora do Oscar, como Madame Morrible. Eu a amo profundamente, mas senti que ela não foi a escolha certa.
Jonathan Bailey (Fiyero) foi simplesmente perfeito. Apesar de destoar um pouco na questão da idade, sua presença em tela é tão magnética que isso se torna irrelevante. Ele é, sem dúvida, o Fiyero mais charmoso e carismático que já vi.
E o que dizer de Ariana Grande? Ela foi uma surpresa incrível. Desde os 10 anos, ela sonha com esse papel, e isso transparece quando ela aparece em tela como Glinda. Mesmo que ela tivesse que forçar para caber no papel, teria dado certo, mas não foi necessário, porque ela nasceu para isso. Sua entrega é contagiante, mas, sem dúvida, esse filme pertence a Cynthia Erivo.
Eu chorei tantas vezes durante o filme, e foi culpa dessa mulher. Cynthia trouxe à vida a Elphaba que todos nós esperávamos. Sua interpretação é marcada por uma conexão emocional tão profunda que não há como não sentir cada momento junto com ela. A identificação entre a luta de Elphaba – uma personagem rejeitada por sua aparência – e as experiências de uma mulher negra em um mundo racista é palpável. É até irônico, pois já vi pessoas que, na vida real, perpetuam preconceitos, serem fãs da Elphaba. Trazer ela como essa personagem foi a escolha mais perfeita possível, além de ser extremamente talentosa, e ter uma voz absurda, ela entrega essa vulnerabilidade que a gente precisa para se conectar com a história.
Cynthia entregou uma performance delicada e poderosa, mostrando uma sutileza que eu nem sabia que poderia existir na personagem. Arrisco dizer que este é um dos filmes nos quais mais me senti representada como mulher negra. Cynthia Erivo é, sem dúvida, uma das artistas mais completas e brilhantes de sua geração. Estou imensamente feliz em ver ela conquistando esses lugares.
Wicked foi perfeito para mim. Estou MUITO ansiosa pela Parte 2. Se este filme já me emocionou tanto, mal posso esperar pelo que está por vir.
Marina Barancelli
Dezembro, 2024
ELENCO
Cynthia Erivo, Ariana Grande, Jonathan Bailey, Michelle Yeoh, Jeff Goldblum
ROTEIRO
Winnie Holzman, Stephen Schwartz
PRODUÇÃO
Marc Platt
DIREÇÃO
Jon M. Chu