Infelizmente, Código Preto não funciona para mim. Apesar de trazer nomes como Cate Blanchett e Michael Fassbender, que são  monstros da atuação, o longa se perde em  clichês e estereótipos mal desenvolvidos.

Sim, estamos falando de um filme de espionagem, e esse gênero costuma ter suas próprias regras: mundos bem definidos, tensão política, personagens enigmáticos e reviravoltas. Mas Código Preto falha justamente no mais básico: nos ambientar nesse universo. 

O roteiro parece confiar demais no fato de que o público já conhece o terreno da espionagem e esquece de apresentar o seu próprio. O resultado é um filme que fala de um mundo que a gente nunca consegue de fato visualizar ou sentir.

Os seis personagens centrais são um roblema. São baseados em arquétipos muito batidos, que o filme trata como se fossem profundos, mas que aparecem de forma rasa e previsível. Não gosto de usar a palavra “estereótipo”, mas é como se tivessemos uma lista de personagens-padrão de espionagem e colocado todos no piloto automático. Não consegui me apegar a nenhum deles ou minimamente achar eles interessantes. 

Os diálogos são outro ponto fraco. Eles estão claramente tentando ampliar o tom melodramático do gênero, tudo soa forçado e artificial. Quando chega o grande momento da reviravolta — que, confesso, me prendeu por um instante — o impacto se perde porque os diálogos não sustentam.

A fotografia também me deixou meio maluca. Tenta ser estilizada, mas  acaba mais confundindo do que ajudando a narrativa.

Olha, da longa lista de filmes do Steven Soderbergh, eu só consigo dizer que sou fã de Onze Homens e um Segredo. E infelizmente, Código Preto entra para a lista dos que definitivamente não funcionaram para mim.

 É um filme que tenta parecer sofisticado, mas se esquece do essencial: contar uma boa história com personagens que importam.